Com o crescente interesse em adotar sistemas de geração distribuída, como a instalação de painéis solares em residências e empresas, surge a necessidade de um medidor que registre não apenas o consumo de energia da rede elétrica. Esse medidor também deve ser capaz de registrar a energia excedente gerada pelo próprio consumidor e devolvida à rede. Se você ainda não sabe como gerar sua própria energia, clique aqui.
Nesse contexto, o medidor bidirecional ganha destaque, desempenhando um papel fundamental na medição da energia solar. Neste artigo, exploraremos a função do medidor bidirecional e sua importância na medição dos créditos de energia, as principais diferenças em relação ao medidor unidirecional convencional e também como analisar os dados contidos nele.
Função do medidor bidirecional
O medidor bidirecional, também conhecido como relógio de energia, impulsiona fundamentalmente a geração distribuída. Ele possibilita medir tanto a energia consumida quanto a energia excedente produzida pelos sistemas de geração distribuída, como os painéis solares instalados nas residências e empresas.
Quando o consumidor gera mais energia do que consome, o sistema injeta o excedente na rede elétrica e o medidor bidirecional registra esse crédito de energia. Posteriormente, as faturas subsequentes compensam esses créditos de energia, contribuindo para a redução dos custos com a concessionária.
Diferenças entre medidor bidirecional e medidor unidirecional
O medidor bidirecional e o medidor unidirecional convencional diferem principalmente em sua capacidade de medição. Enquanto o medidor unidirecional registra apenas o consumo de energia da rede, o medidor bidirecional mede o fluxo de energia em duas direções: tanto a energia consumida quanto a energia excedente devolvida à rede.
Essa característica torna o medidor bidirecional indispensável para sistemas de energia solar. Ele permite que o consumidor utilize os créditos acumulados pela energia excedente para reduzir os custos de energia consumida em períodos de menor geração solar, como à noite ou em dias nublados. Isso resulta em maior economia nas faturas de energia e incentiva a adoção de sistemas de geração solar.
Como analisar um medidor bidirecional?
Vamos explicar o funcionamento do medidor bidirecional utilizando o exemplo do próprio medidor instalado em nossa empresa. O medidor possui 3 códigos, sendo eles: 03, 24 e 103, cada um representando uma informação específica.
O primeiro código é o 03. Neste caso, observamos o valor de 6.726 kWh, que representa a quantidade de energia que nosso sistema já consumiu da rede elétrica. É importante ressaltar que essa contagem não reinicia mensalmente, mas feita desde a instalação do medidor bidirecional.
O segundo código é o 24, que indica a energia reativa. Embora a maioria dos medidores possua esse código, ele não gera cobrança para consumidores residenciais. A cobrança se aplica apenas aos consumidores do grupo A, que são indústrias e, geralmente, empresas de grande porte.
O último é o 103. Ele é equivalente ao quanto o nosso sistema fotovoltaico já injetou de energia da rede. Neste caso, o valor medido é de 6001 kWh. Lembrando novamente que este valor equivale à injeção de energia desde quando o medidor bidirecional foi instalado aqui.
Além disso, é importante lembrar que esse valor da injeção de energia não equivale à quantidade real gerada pelo sistema. Isso acontece porque toda a energia produzida e consumida instantaneamente não passa pelo medidor bidirecional, o que é conhecido como simultaneidade ou consumo coincidente.
Neste vídeo, uma de nossas engenheiras explica o passo a passo e mostra esses valores também na conta de energia.
Conclusões
O medidor bidirecional desempenha um papel crucial na energia solar, medindo e compensando a energia excedente gerada pelos sistemas de geração distribuída. Sua função de registrar tanto a energia consumida quanto a energia devolvida à rede o torna essencial para os consumidores que desejam adotar sistemas de energia solar e se tornarem mais sustentáveis.
Além disso, o medidor bidirecional possibilita uma gestão mais eficiente da rede elétrica para as concessionárias, contribuindo para o equilíbrio do sistema como um todo. Com o uso adequado e a análise dos dados fornecidos pelo medidor bidirecional, é possível alcançar maior economia, eficiência e consciência ambiental, impulsionando assim a geração distribuída de energia solar no país.
Dúvida: Instalação em uma rede bifásica, com inversor monofásico instalado em apenas uma das fases. Considere que a FASE 1, com o inversor instalado, não tem consumo nenhum e esta gerando 5kWh (injetando na rede). A FASE 2 não tem geração e esta consumindo 10kWh. Como o medidor bidirecional irá se comportar com relação a simultaniedade, uma vez que consumo e geração estão em fases distintas. Os 5kWh da FASE 1 são injetados e os 10kW da FASE 2 obtidos da rede? Paga-se fio B destes 5kWh que são gerados em outra fase? Pode me ajudar a compreender este cenário? Em rede monofásica é fácil de entender. Mas com rede bi ou trifásica, como se comporta a simultaniedade?
MUITO ESCLARECEDOR A EXPLICAÇÃO, MUITO OBRIGADO
Parabéns! Muito esclarecedor. Depois de tanto procurar…Só aqui encontrei a resposta que eu precisava sobre o código 24